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Morre o poeta e jornalista Juca Pontes, em João Pessoa

Juca Pontes sempre foi um estudioso das letras. O artista é reconhecido nacionalmente devido ao seu talento, competência e profissionalismo.

Morreu na manhã deste domingo de Páscoa, (8), o poeta e jornalista Juca Pontes, em João Pessoa. Juca Pontes de 66 anos de idade foi vítima de um infarto fulminante. Nasceu em Campina Grande, em 1958, radicado em João Pessoa há mais de 30 anos, deixa quatro filho e uma legião de amigos.

Juca Pontes sempre foi um estudioso das letras.  O artista é reconhecido nacionalmente devido ao seu talento, competência e profissionalismo. É considerado um gênio na arte da escrita é tanto que produziu obras de grande importância para o meio literário.

Residente na capital paraibana há mais de 30 anos, Juca encontrou uma forma de como conversar com as pessoas. Ele explica porque escolheu a poesia como fonte de expressão literária. “A poesia para mim tem um sentido interior, um sentimento. Com ela eu consigo conversar com as pessoas de dentro para fora”.

Quando questionado sobre suas inspirações Juca esclarece: “A inspiração não sai do nada, são observações, pensamentos que vão sendo guardados durante a vida. Aí chega um determinado momento que elas afloram”. O escritor revela que tem mania se sempre andar com bloco de anotações no bolso, anotando as imagens que lhe surgem nas mais diferentes situações do cotidiano, “Anoto e guardo. Deixo guardado por um tempo e depois vou olhar com mais atenção e vou criar uma relação”, relata.

Juca Pontes produziu em parceria com o fotógrafo João Lobo, um livro de poemas e fotografias sobre a Pedra do Ingá, intitulado “Itacoatiara, luz e mistério”. Ele enfatiza, “O livro é um grande projeto, pois conseguiu unir fotografias e poesias. É um desafio”. O projeto foi aprovado pela Lei de incentivo cultural do Ministério da Cultura e o livro Ciclo Vegetal.

Em 2013, lançou o livro “Ciclo vegetal”, obra que levou 15 anos para ser finalizada, O escritor constrói uma espécie de viagem memorialista perpassando por lugares que conheceu e viveu na Paraíba usando o rio e o mar como fios condutores. “O caminho do rio sempre esteve presente na minha imagem de criança, ver o rio e observar o mar”. Diz Juca.

O livro, caracteriza-se pela precisão e leveza e em muitos casos pelo minimalismo, constrói uma poética direta e certeira, sobre os temas mais diversos, e com poemas produzidos entre os anos de 1997 a 2013.

O segundo livro do escritor, “Ranhuras do Corpo”, conta com desenhos de Chico Dantas e a sua primeira publicação conta com ilustrações de Flávio Tavares.

Em 2015, começou um projeto de edição de quadrinhos sobre a vida de renomadas personalidades paraibanas. Começando por Augusto dos Anjos e logo em seguida Ariano Suassuna. No mesmo ano o escritor foi o homenageado em um Sarau feito pelo Centro Estadual de Artes (Cearte), no qual os produtores tomaram como ponto de partida o livro “Ciclo vegetal”. Alunos e professores do Cearte apresentaram performances e intervenções artísticas em áreas diversas como arte visual, audiovisual, dança, literatura, música e teatro.

O artista é presença de destaque nos editoriais da Paraíba, devido a qualidade das suas produções e publicações. Juca Pontes é responsável por projetos marcantes, como: Jornal oficina literária, caderno paraibano de cultura, além das revistas presença literária e educação e cultura.

No mês de maio de 2016, o projeto Café em Prosa homenageou o escritor em uma solenidade que aconteceu no Café Empório na capital paraibana. Intitulada “As Pontes de Juca”, a performance de abertura brinca com o nome do homenageado e tem a participação das atrizes Suzy Lopes, Nyka Barros, Kassandra Brandão, que foram acompanhadas pela guitarra do ator Cleiton Teixeira. Durante a encenação, fotos projetadas foto de Bruno Vinelli que dialogam com o livro “Ciclo vegetal”.

“A poesia é um exercício permanente. Está na cabeça, mas nunca está pronta. A gente vai exercitando até chegar um momento em que escolhe expor. Mas nem sempre se consegue chegar ao melhor do que se queria. Ariano é um grande exemplo disso. As obras dele foram escritas e reescritas várias vezes”.  Filosofa Juca Pontes ao falar do que a poesia representa para ele mesmo.

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