O advogado preso em Campina Grande suspeito de envolvimento com organizações criminosas responsáveis por ataques a bancos e homicídios no Sertão da Paraíba foi transferido para o 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM). Ele havia sido preso no sábado (27) e é apontado como líder da organização criminosa que atacou diversos bancos na região.
Na manhã desta segunda-feira (29), a Polícia Civil detalhou, em coletiva de imprensa, a execução da prisão do advogado.
A ação foi da Polícia Civil da Paraíba, através do trabalho investigativo da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Roubos e Furtos) de Campina Grande (DRF/CG), em conjunto com a Força Tarefa enviada para apurar crimes ocorridos em Catolé do Rocha.
No momento da prisão, ocorrida no bairro José Pinheiro, o advogado estava se preparando para fugir do Estado. “O suspeito foi preso em razão do cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Mista da Comarca de Pombal e estava em Campina se preparando para sair do Estado”, disse o delegado Demétrius Patrício.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o advogado é suspeito de ser um dos líderes da organização criminosa desarticulada na Operação Ladinos, deflagrada no Sertão paraibano, no final do ano passado. “Durante as investigações ficou evidenciado que além de atuar na advocacia da organização criminosa, o advogado era o mentor intelectual da organização e o responsável pela aquisição de armas de fogo que eram utilizadas nas ações do grupo”, destacou o delegado Diego Beltrão.
A Operação Ladinos teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que praticou diversos assaltos a bancos e carro-forte nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Houve, como resultado, a prisão de 22 criminosos e a apreensão de diversas armas de fogo de grosso calibre.
Segundo o delegado Diego Beltrão, da DRF/CG, o advogado vinha sendo investigado há mais de dois anos, quando houve uma série de ‘estouro de bancos’ na região do Sertão. As investigações concluíram que ele se utilizava de sua prerrogativa de advogado para colaborar com informações para membros de organizações criminosas.
“Por conta dessa conduta, foi determinado pela Justiça que ele fosse proibido de frequentar o Fórum e outro locais em que pudesse ter acesso a informações, no entanto, foi verificado que ele continuou a manter contatos com os suspeitos de fazerem parte de crimes cometidos em várias cidades do Sertão”, disse.
Policiais que fazem parte da Força Tarefa enviada para investigar a chacina ocorrida em Catolé do Rocha na semana passada também entraram no caso e descobriram que o advogado teria envolvimento com as duas quadrilhas que provocaram as mortes de famílias rivais na cidade.
“Com o desenvolvimento das investigações e constatação de que ele estava descumprindo as determinações judiciais, bem como sua relação com essas organizações criminosas, as equipes da DRF/CG e da Força Tarefa da Polícia Civil, conseguiram localizá-lo e prendê-lo em Campina Grande neste sábado”, concluiu o delegado Diego Beltrão.
As investigações continuam e a Polícia Civil destaca que a participação da população através de denúncia anônima é muito importante para a resolução de casos como este. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia. Para tanto, bastar ligar para o número 197 (Disque-denúncia), cuja ligação é gratuita e será garantido o anonimato do denunciante ou da denunciante.