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Atlântico Sul na costa leste do Nordeste esfria em dezembro e calor intenso continua nesse início de ano

O Oceano Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste esteve frio ao longo de boa parte do mês de dezembro, tal fato contribuiu para a redução significativa das chuvas no Semiárido da PB, RN e CE no citado mês em comparação com novembro, afirma o físico e meteorologista Rodrigo Cézar.

A La Niña continua presente na região central do Pacífico Equatorial, contribuindo para que haja mais instabilidade atmosférica sobre o Semiárido, algo importante para garantir boas chuvas no final do ano, e ao longo de janeiro, além de favorecer que fenômenos meteorológicos como Frentes Frias e Zona de Convergência do Atlântico Sul que atuam no sul da Bahia em meses como dezembro, possam se deslocar para posições mais ao norte, chegando até a região de Petrolina. Dessa forma, o escoamento em altos níveis de sul e sudoeste, favorece uma entrada significativa de umidade desses sistemas meteorológicos no interior da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, favorecendo da interação com o calor intenso a formação e ocorrência de chuvas isoladas.

 Assim La Niña contribui para que os ventos em altitude fiquem favoráveis para promover chuvas no Semiárido, em contrapartida, é necessário que haja uma fonte fornecedora de umidade, neste caso poderiam ser as frentes frias que no final do ano atuam sobre o sul da Bahia, e em alguns episódios a Zona de Convergência do Atlântico Sul, algo que foi observado em novembro, quando muitos locais do interior da Paraíba registraram boas chuvas. Neste caso explica o físico Rodrigo Cézar, a interação de umidade foi grande pois houve o somatório da umidade da Zona de Convergência do Atlântico Sul com umidade do Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste, já que novembro é o primeiro mês da pré-estação chuvosa do Semiárido do setor norte da região.

Conforme havia previsto o estudioso, na segunda quinzena de dezembro as chuvas isoladas voltariam ao Sertão da PB, RN e CE, previsão confirmada. Entre os dias 15 e 20 de dezembro cerca de 30 municípios do Semiárido especificamente da Paraíba registraram chuvas significativas, incluindo Pombal que registrou 50 mm, Sousa que registrou 15 mm, a fazenda Trapiá no setor norte do município de Patos registrou 20 mm e várias outras localidades.

 Entre 20 e 24 de dezembro as chuvas desaparecem novamente no interior da Paraíba, com isso uma nova previsão elaborada pelo físico Rodrigo Cézar se confirmou também, retorno das chuvas isoladas ao Sertão da Paraíba entre 25 e 31 de dezembro. Conforme informação repassada pelo agricultor Ronaldo de Jesus da cidade de Nazarezinho na região de Sousa, uma boa chuva foi registrada no município dia 25 de dezembro.

 No dia 30 choveu novamente em vários locais, dentre eles no município de Santana dos Garrotes, onde foi registrado um índice de 11,8 mm, na fazenda Trapiá, propriedade pertencente ao físico e sua família, choveu 5 mm também no dia 30 de dezembro.

 No entanto vale frisar que a previsão de chuvas acima da média no Semiárido da Paraíba em dezembro não se confirmou, devido ao Atlântico Sul na costa leste do Nordeste ter esfriado significativamente entre as atualizações de 15 e 29 de dezembro divulgadas pela NOAA, algo que deixou as chuvas mais isoladas sobre o Sertão do Estado.

 O que esperar para janeiro?

 De acordo com o físico, com as chuvas caindo de forma muito isolada sobre o Semiárido no citado mês, a perspectiva é de muito calor na maioria das localidades do interior da Paraíba e também Rio Grande do Norte e Ceará, pois é justamente a chuva que essa época do ano ameniza o calor.

Para fevereiro a perspectiva é de boas chuvas na região

 Para Rodrigo Cézar, o cenário efetivamente melhora em fevereiro, seguindo essa tendência para março, agora em janeiro o que poderá ser mais notório é o calor intenso na região.

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