Funcionários que operavam como traders (negociador ou comerciante no mercado financeiro) da Braiscompany eram ameaçados com multa de R$ 1 milhão caso falassem a alguém como ocorria a operação da empresa. A revelação foi feita nesta semana por Ismael Lira, ex-segurança do casal Antônio e Fabrícia Ais, donos da Braiscompany. Ismael foi entrevistado pelo site Portal do Bitcoin.
Na entrevista acompanhada pelo ClickPB, Ismael relata que, com os funcionários, a Braiscompany “mordia e assoprava”, concedendo benefícios a alguns e, ao mesmo tempo, ameaçando outros com multas.
Segundo o ex-segurança, Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais chegaram a promover uma festa e distribuíram R$ 3 milhões para cerca de 30 funcionários mais antigos da empresa.
Em contraponto, eles faziam traders assinarem contratos onde ficava estabelecida multa de R$ 1 milhão caso eles falassem para alguém como era feita a operação financeira da empresa. Além disso, o trader que saísse da Braiscompany não poderia operar por outra empresa por cinco anos.
“[Eles] não podiam falar sobre operação, não podiam operar para ninguém durante um período de cinco anos [após sair da Braiscompany] porque respondem a processo”, afirmou o ex-segurança, como visto pelo ClickPB.
Entenda o caso
A Braiscompany, de propriedade de Antônio e Fabrícia Ais, é suspeita de praticar um esquema de pirâmide financeira e causar um prejuízo calculado em mais de R$ 500 milhões a milhares de investidores.
A empresa, investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), foi alvo de diversos mandados de busca e apreensão no âmbito das Operações Halving e Select. Contra o casal existem mandados de prisão, mas eles conseguiram fugir da polícia e são considerados foragidos.