O Instituto São José, que administra o Hospital Padre Zé, em João Pessoa acionou a Justiça pedindo R$ 1 milhão das contas do padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor da unidade de saúde que chegou a ser preso pela Polícia Federal. A informação foi revelada nesta terça-feira (22) pelo jornalista Clilson Junior, durante o programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM.
O valor total de R$ 1 milhão é pedido pelo Instituto São José a título de indenização por danos morais, que seria pago pelo padre Egídio. A ação judicial requer a reparação civil por danos morais decorrentes das “violações à honra, à credibilidade e à imagem do Instituto São José, ocasionados pelas falhas na gestão e nos desvios de recursos públicos e privados e fraudes na gestão do Hospital Padre Zé”.
A ação judicial enfatiza ainda que os recursos que deveriam ser destinados a manter em funcionamento o Hospital Padre Zé acabaram nas contas do padre Egídio e de pessoas de sua confiança ou “utilizados para a compra de itens pessoais e de luxo”.
No documento, que o ClickPB teve acesso, estão os detalhes de todos os bens adquiridos pelo padre Egídio que, somados, chegam a R$ 116 milhões, dentre apartamentos de luxo, granjas e outras propriedades. O documento enfatiza ainda que a Operação Indignus apurou desvios que superam R$ 140 milhões.
O R$ 1 milhão, que seria bloqueado, teria como destino o próprio Hospital Padre Zé, que passa por dificuldades para cumprir com seus compromissos financeiros. O Instituto São José é representado pelo Nóbrega Farias Advogados Associados.
Atualmente, como tem acompanhado o ClickPB, o Instituto São José é dirigido pelo Padre George Batista. A mudança na direção aconteceu desde a Operação Indignus, que investigou uma série de irregularidades e desvios nos recursos do Hospital Padre Zé, principalmente os provenientes de doações.
A defesa do Instituto São José enfatiza que devido ao escândalo que atingiu o Hospital Padre Zé, o volume de doações reduziu consideravelmente em razão do descrédito da população. “A receita disponível para administração do Instituto São José, após todos os escândalos havidos da gestão dirigida pela parte Promovida tornou-se insuficiente para subsidiar os projetos sociais com os quais a parte Promovente havia se comprometido a executar, o que ocasionou a paralisação das atividades de inúmeros projetos filantrópicos – objeto principal da atividade desenvolvida pelo ISJ – e encerrou diversos convênios de recebimento de verbas públicas havidos com a Secretaria de Desenvolvimento Humano do Governo da Paraíba, como é o exemplo do Projeto Prato ”, ressalta o documento.