O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ampliar a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e criar novos cargos no órgão a serem preenchidos por indicações políticas.
O plano é ativar a superintendência da estatal na Paraíba, que seria a 13ª do país. Atualmente, ela funciona apenas como um escritório de apoio técnico, comandado por um servidor de carreira. Segundo integrantes do governo, esse braço será maior do que outras superintendências que já estão em atividade.
A Codevasf foi entregue pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e é mantida dessa forma por Lula em troca de apoio no Congresso, no chamado toma lá dá cá.
A criação da superintendência na Paraíba deve servir para tentar um acordo e contemplar parlamentares de uma ala do União Brasil, além do Republicanos – que flerta com o Palácio do Planalto.
No caso do União Brasil, a ideia do governo é beneficiar Efraim Filho (PB) na Codevasf — ele lidera o partido no Senado. Além disso, o deputado Hugo Motta (PB) também teria pedido para fazer indicações ao comando da companhia no estado. A esposa de Hugo, Luana Motta, segue em um cargo de assessoria na estatal. Motta é líder do Republicanos na Câmara, que tem uma bancada de 42 deputados.
A estatal sob Bolsonaro expandiu seu foco e sua área de atuação —tudo isso sem planejamento e com controle precário de gastos. Ela mudou sua vocação histórica de promover projetos de irrigação no semiárido para se transformar em uma estatal entregadora de obras de pavimentação e máquinas até em regiões metropolitanas.
Ao mesmo tempo, transformou-se num dos principais instrumentos para escoar a verba recorde das emendas, distribuídas a deputados e senadores com base em critérios políticos e que dão sustentação ao governo no Congresso.
Fonte:Política da Paraíba com informações da Folha