Em entrevista à imprensa na manhã desta terça-feira (6), a deputada Pollyanna Dutra destacou a necessidade de mais atitudes de todos os poderes em face aos casos crescentes de feminicídio na Paraíba. Demonstrando indignação, a deputada destacou que não dá mais para esperar as mulheres morrerem para se fazer alguma coisa. “Vão precisar morrer quantas mulheres para nós adentrarmos com mais profundidade nessas questões?”, indagou a deputada.
A fala da deputada ocorreu em repercussão ao mais recente caso de feminicídio registrado na paraíba, nesta segunda-feira (5). Uma mulher de 44 anos foi assassinada pelo seu companheiro, que se suicidou após cometer o crime, em Juazeirinho-PB. A mulher comentou com uma amiga que iria denunciá-lo apenas nesta terça-feira, pois a delegacia que estava aberta mais próxima a ela estava localizada a 100 km, contudo foi morta antes de ter a oportunidade de fazer a denúncia.
Para Pollyanna Dutra, os casos de feminicídio cobram pressa nas ações de combate, com a necessidade de união dos três poderes para ações efetivas. “É um debate que precisamos trazer aqui para a Casa novamente de forma mais autêntica, com a presença do poder Judiciário, do Parlamento, da Política e do Executivo. Agora que a gente precisa ter mais atitude, dar respostas mais rápidas, a gente precisa. As mulheres da Paraíba querem de nós, das mulheres que representam o Parlamento e o Estado, mais atitude, e eu me incluo nisso. Precisamos dar respostas mais agressivas a esse tipo de atitude. As leis precisam ser mais severas para essas pessoas”, destacou.
A deputada ainda cobrou mais atitude das Comissões da própria Assembleia Legislativa, como a CPI do Feminicídio. “Até quando a gente vai ouvir os noticiários falarem que mataram uma mulher? E a gente vai fazer o quê? E a CPI daqui da casa?”, questionou. Pollyanna Dutra também comentou a questão do número de delegacias existentes na Paraíba. “A gente precisa ter esse debate com o governo. Isso não está normal, pois os feminicídios estão acontecendo de forma muito acentuada. A delegacia que a mulher ia procurar nesse caso de Juazeirinho, além de ser longe, era em dia de feriado e o feriado não impede os homens de praticarem feminicídio”, disse.
“Não há mais tempo, a Paraíba precisa dar essas respostas e a gente está aqui, no Parlamento, para isso. Cabe a nós, as 5 mulheres aqui da casa, termos mais atitude nesse sentido” completou.