O padre George Batista, diretor do Instituto São José e do Hospital Padre Zé, determinou, nesta segunda-feira (5), a realização de uma inspeção minuciosa no hospital. O fato é motivado após, pelo menos, dez câmeras escondidas terem sido achadas em salas do hospital.
Ao ClickPB, o padre confirmou que o Instituto São José vai se pronunciar sobre o caso após a inspeção ser finalizada.
“Em decorrência das notícias veiculadas durante o último final de semana, a direção do Instituto São José comunica que determinou a realização de uma minuciosa inspeção nas instalações do Hospital Padre Zé. Após a conclusão desta diligência, a instituição se pronunciará sobre o tema em questão”, disse o padre ao ClickPB.
Câmeras foram denunciadas pelo ClickPB
O encontro das câmeras escondidas dentro do hospital Padre Zé foi denunciado pelo jornalista Clilson Júnior no ClickPB. As câmeras estavam escondidas dentro de salas da administração do hospital.
A suspeita é de que os equipamentos estavam instalados a mando do padre Egídio de Carvalho, ex-diretor da unidade. Ele está preso sob suspeita de comandar um esquema de desvio de recursos públicos doados ao hospital.
Veja abaixo como eram as câmeras encontradas escondidas no hospital:
Entenda o caso Padre Zé
O escândalo no Hospital Padre Zé começou a ser divulgado após o desaparecimento de celulares e equipamentos eletrônicos doados pela Receita Federal para serem leiloados pelo hospital.
Após isso, começaram a surgir denúncias de desvio de outros recursos e o esquema criminoso, comandado pelo padre Egídio de Carvalho, então diretor do hospital, virou algo de uma investigação na Operação Indignus.
Durante as ações policiais, o padre Egídio foi afastado da direção do Hospital Padre Zé pela Arquidiocese da Paraíba. Uma nova equipe foi designada para comandar a unidade de saúde e determinou, inclusive, a realização de auditorias.
Como acompanhou o ClickPB, a Arquidiocese revelou que o padre Egídio havia contraído o valor de R$ 13 milhões em empréstimos em nome do Hospital Padre Zé e o dinheiro nunca chegou a ser aplicado na unidade de saúde.
A Operação Indignus cumpriu mandados em dez imóveis que seriam do padre Egídio, dentre eles uma granja na cidade de Conde e apartamentos em prédios de luxo na orla de João Pessoa.
Como trouxe o ClickPB, nos locais, os investigadores encontraram itens de luxo e ostentação. Os imóveis eram equipados com lustres e projetos de iluminação requintados.
Também chamou atenção que na granja havia móveis rústicos de madeira avaliados em R$ 3 milhões, além de 30 cães da raça Lulu da Pomerânia. Uma pesquisa do ClickPB revelou que um cão desta raça pode ser comercializado por até R$ 10 mil.
O padre Egídio de Carvalho, além de Amanda Duarte e Jannyne Dantas, ambas apontadas como envolvidas no esquema, foram presos no dia 17 de novembro.
Após audiência de custódia, o padre foi encaminhado ao Presídio Especial em João Pessoa, Amanda Duarte está em prisão domiciliar, por estar amamentando um bebê de quatro meses, e Jannyne Dantas foi levada ao presídio feminino Júlia Maranhão, também na Capital.
Em tentativa de colocar o religioso em liberdade, os advogados do padre Egídio entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a medida foi negada pelo ministro Teodoro da Silva Santos.
Os advogados também tentaram recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o pedido foi negado pela ministra Cármen Lúcia. No fim de janeiro, o padre teve um novo recurso negado, dessa vez pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba TJPB).
Fonte:ClickPB