gualdade de gênero nos mais diversos espaços, esse foi o tema que a deputada Pollyanna Dutra levou à tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba nesta terça-feira (10). Em seu discurso, a deputada pontuou a necessidade de construir pontes entre as mulheres do Parlamento e a sociedade civil para a construção de uma relação de respeito e confiança entre as mulheres. “Precisamos ter o espírito de sororidade entre as mulheres. Não somos competitivas. Estamos aqui para dar as mãos, harmonizar e dar forças às pautas que envolvam as mulheres no Parlamento”, pontuou Pollyanna.
Para a parlamentar, chegou a hora de deixar de lado as diferenças de gênero, que ainda estão arraigadas na sociedade. “Até quando deixaremos os homens decidirem tudo por nós? Os homens decidem os nossos partidos. A maioria dos partidos brasileiros têm em sua presidência homem. O fundo partidário, de forma cartorial, deve ter 30% destinados às mulheres, mas quem define as estratégias são os homens. Até quando deixaremos os homens falarem por nós? Em certos momentos temos que levantar a mão para podermos ser ouvidas. Precisamos falar por todas. Esse é o nosso papel nos espaços de poder”, ressaltou.
Dutra destacou que, em sua opinião, é necessário repensar os mais diversos espaços sociais ocupados pela mulher. Para a deputada, não é mais possível aceitar as situações de violência, algo que fere a todas as mulheres, e isso é preciso ser visto desde o momento do nascimento. “As mulheres não têm direito nem de protagonizar a sua história no momento do parto. O mundo seria bem melhor se começássemos essa mudança já na hora de nascer. Não quero tratar aqui do feminicídio, que é algo que me machuca, que me fere, que, infelizmente a gente ainda está lidando com esse pesadelo na sociedade. Enquanto falamos aqui tem uma mulher lutando apenas para sobreviver. E me preocupa ver uma sociedade em que não temos participação, em que os homens decidem tudo por nós. Crescemos, ocupamos os espaços, mas essa evolução não foi discutida, o que é muito ruim para nós. Pesquisas mostram que as mulheres se dedicam mais aos trabalhos domésticos que os homens. Que equilíbrio estamos pensando para essa relação afetuosa?”, indagou.
Ocupar espaços de poder com qualidade, levantando essas questões e dando voz às demandas das mulheres. Para Dutra, essa é a saída para uma real mudança dessa realidade. “Existe a possibilidade de fazermos a evolução com qualidade quando ocupamos os espaços de poder e fazemos nossa voz ser ouvida e nossas histórias serem compartilhadas. Parafraseio a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie para dizer que ‘Precisamos encorajar mais mulheres a se atreverem a mudar o mundo’. Quando as mulheres ocupam esses espaços de decisão, a gente pode mudar não só a família, não só a Paraíba e o Brasil, mas sim o mundo”, finalizou.