A concessionária de energia elétrica Energisa, responsável pelo abastecimento do estado de Rondônia está sendo investigada em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa daquele estado.
De acordo com alguns deputados que integram a CPI da Energisa, são estarrecedores alguns fatos que vieram à tona em uma das reuniões ordinárias. Entres os quais, a assinatura de um contrato de prestação de serviços e não um termo de cooperação técnica entre a Energisa e o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). A lei que criou o Ipem impede o instituto de prestar serviços a empresas como a concessionária de energia elétrica.
Um técnico do instituto admitiu que há casos de identificação de relógios que marcaram 40% a mais do que o consumo real. Nesse caso o aparelho é devolvido à Energisa, juntamente com um relatório, mas não é enviada cópia do documento ao consumidor.
O presidente da CPI, Alex Redano (PRB), lembrou que não cabe ao Ipem fazer perícias e nem emite laudos, e sim um relatório. Ele citou que esse documento tem sido utilizado pela Energisa contra consumidores para cobrar valores considerados absurdos, alegando suposta adulteração nos relógios. O vice-presidente da Comissão, Ismael Crispin (PSB), disse que a informação é importantíssima, mas agora é preciso obter as provas de que relógios marcam muito mais do que é de fato consumido, para responsabilizar a empresa.
Crispin lembrou a existência de denúncias de que em alguns marcadores de consumo há “gatos ao contrário”, ou seja, que beneficiam a Energisa, prejudicando o consumidor.