Danylo Maia se pronunciou, após quase duas semanas da eliminação do Campinense na fase de grupos da Série D do Campeonato Brasileiro e, pelas redes sociais do clube, afirmou que não será candidato à reeleição para a presidência do clube, uma vez que seu mandato acaba no fim deste ano.
O pronunciamento aconteceu após o cancelamento de uma entrevista coletiva, com a alegação de questões de segurança, de acordo com o clube, pois estavam sendo planejados protestos e atos de revolta.
Em sua fala de quase 50 minutos, Danylo Maia chorou, afirmou que o pleito será antecipado, pediu desculpas aos torcedores e disse que também vem sendo ameaçado.
– É doloroso para mim ter que encerrar uma trajetória da forma como vai ser. Vamos ter que interromper, a pedido também do torcedor, e ela é para que o clube volte a ter tranquilidade, e eu torço por isso. Todos os falatórios que foram criados, tudo que foi posto, infelizmente, atrapalhou o ambiente, e tem atrapalhado também minha saúde mental, emocional, psicológica. Aproveito para aproveitar claro que é necessário o fim de clico. Peço desculpas por tudo que não conseguimos conseguir, por todas as minhas falhas, limitações, pela minha incompetência no futebol (chora). Mas, de coração, foi tentando acertar, da mesma forma que a gente acertou em 2021 e no início de 2022 – declarou.
Ainda no início de suas alegações, o dirigente comentou os motivos, no seu ponto de vista, que levaram um time que vinha de um acesso e um bicampeonato estadual, pouco tempo depois, estar sem calendário para o ano de 2024. Em sua visão, o “lado torcedor” falou mais alto e o encaminhou aos erros.
– O planejamento teve que ser modificado diante de todas as coisas que aconteciam dentro de campo. Os resultados não vieram e, a gente padeceu com a pouca experiência que tínhamos, reconhecendo isso, que ninguém vinha do futebol. Lembro que quando a gente discutia o início do planejamento para 2021, deparamos com um cenário de extrema delicadeza. Era um clube com história, grande, mas que ninguém queria assumir naquela ocasião. Saímos da arquibancada para assumir o clube, e ainda estamos com o maior compromisso que um torcedor pode ter, e talvez esse tenha sido nosso erro, de ser mais torcedor do que dirigente. Por isso, estamos aqui humildemente reconhecendo que o planejamento que fizemos não se consolidou e não conseguimos tomar as iniciativas para reposicionar o clube – lamentou.
O ainda mandatário rubro-negro também trouxe sua versão para a fracassada temporada de 2023, na qual o time fez péssima campanha na Copa do Nordeste, foi eliminado na primeira fase do Campeonato Paraibano, vendeu mando de campo na Copa do Brasil para atuar em Brasília e foi eliminado na primeira fase da Série D, além de ter contratado quatro treinadores (Flávio Araújo, Leston Júnior, Luan Carlos e Dico Woolley) e mais de 60 atletas.
– Em 2023 apostamos em um time com uma formatação mais regional, com um treinador que tinha a experiência que estávamos procurando (Flávio Araújo), com muita responsabilidade financeira e, infelizmente, mais uma vez o planejamento foi interrompido, acarretando a mudança por três vezes de treinador na temporada. Consumando também a mudança do elenco. O torcedor precisa saber que as mudanças que fizemos ao longo de nossa trajetória foi no sentido de acertar – afirmou.
Danylo Maia, em diversas oportunidades, fez questão de reafirmar que trata seu mandato como vitorioso e leu uma lista para elencar feitos das gestões das quais ele participou como dirigente e como presidente.
– No futebol, apesar do insucesso, conseguimos algumas conquistas, e lá na frente a gente vai poder se orgulhar: vice-campeão da Série D, trajetória do estadual invicto, do campeonato de 2021, do bicampeonato em 2022. Temos as categorias de base, em parceria com o Campina FC, e que tem dado frutos. O Campinense sub-15 acabou de ser campeão da Copa Paraíba, recebemos olheiros de Bahia, Internacional, Sport, Botafogo. E o Athletico-PR, que levou um atleta para um período de laboratório e voltou muito mais experiente – disse.
Equipe @Vozdatorcida
