A mudança de sede da final da Libertadores de Santiago, no Chile, para Lima, no Peru, preocupou milhares de torcedores do Flamengo que já haviam adquirido ingressos e passagens de avião, além de diárias em hotéis. As companhias aéreas Latam e Gol anunciaram nesta quarta medidas para tentar remediar o problema, mas a situação não é simples. Nas redes sociais, diversos clientes seguem relatando problemas para remanejar seus voos. A decisão entre Flamengo e River Plate acontecerá no dia 23 de novembro, no estádio Monumental de Lima, às 17h (horário de Brasília).
Torcedores que compraram passagem pela Gol não conseguirão acompanhar a final em um voo da mesma companhia. Suas opções são as seguintes: remarcar a viagem sem custos, desde que mantenha o mesmo itinerário e no período de um ano, ou ainda optar pelo cancelamento com crédito para próximos voos. A Gol não tem voos para Lima disponíveis antes de dezembro e, portanto, seus clientes que não quiserem desistir da aventura terão de buscar outra alternativa – e pagar preços bem salgados.
A Latam, por sua vez, ofereceu opções aos clientes com passagens de ida para Santiago entre 18 e 23 de novembro. Eles poderão alterar o voo para Lima, de acordo com a disponibilidade de assentos e respeitando as mesmas datas do voo original. Isso tem causado problemas, pois há poucas opções para estas datas. Nas redes sociais, torcedores com passagem para o dia 22 relataram que, devido a demora com conexões, só chegariam ao Peru depois da realização da final do dia 23. Há ainda a possibilidade de reembolso sem multa.
Passageiros interessados podem consultar a Central de Atendimento da Latam pelos telefones 4002-5700 (capitais) ou 0300 570 5700 (demais localidades do Brasil) e da Gol no telefone 0300 115 2121.
Em sites de buscas de passagens, como o Decolar, as opções de voos saindo do Rio de Janeiro para Lima no dia 22 não saem por menos de 13 000 reais, com voos da Copa Airlines, Delta Airlines e Aerolíneas Argentinas. Na tarde de quarta, 6, a viagem mais cara até Lima custava exorbitantes 20 000 reais.
Santiago deixou de ser a sede da final do campeonato depois de uma onda de protestos violentos no Chile contra as medidas socioeconômicas do governo, que acontecem desde meados de outubro e deixaram 20 mortos. Ontem, o presidente chileno, Sebastián Piñera, afirmou que não renunciará.
Posição do Procon e da Conmebol
De acordo com o diretor executivo do Procon de São Paulo, Fernando Capez, os consumidores lesados têm direitos a ingressar com ações de ressarcimento destes gastos. “Mesmo que seja por motivo de força maior, a Conmebol será considerada causadora do evento, pois foi ela quem determinou a transferência (do local da partida). Portanto, a luz da legislação brasileira, esses consumidores têm direito, sim, e poderão ingressar com ações contra a Conmebol em território nacional. Os torcedores que compraram passagens aéreas, fizeram reservas de hotéis, devem procurar uma unidade do Procon em sua cidade”, afirmou Capez, do Procon-SP.
O presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, disse que a entidade já prepara um sistema de ressarcimento para aqueles que quiserem devolver os ingressos já adquiridos. “Buscaremos dar prioridade de compra das novas entradas àqueles que já haviam comprado ingressos para Santiago”, disse o mandatário da confederação sul-americana de futebol.
Por VEJA