O Botafogo-PB depende apenas de suas forças para conseguir a classificação para o quadrangular do acesso da Série C do Campeonato Brasileiro. Entretanto, a falta de vitórias dentro do retrospecto recente da equipe, que também não vem tendo atuações convincentes, têm deixado o torcedor na bronca.
Prova disso foi na última quarta-feira, quando o Belo empatou com o Mirassol por 1 a 1, em João Pessoa, e desde a primeira etapa já se ouvia críticas e vaias vindas da arquibancada, que se intensificaram e foram direcionadas ao trabalho de Itamar Schulle após o apito final da partida.
Acostumado com pressão, inclusive do próprio botafoguense, a quem conhece bem, uma vez que está em sua terceira passagem pela Maravilha do Contorno, o técnico afirma respeitar a insatisfação, e sabe que, caso o time corresponda, serão essas as mesmas pessoas que irão apoiar e aplaudir.
– As cobranças no futebol existem e vão sempre existir. Vaias, elas não me movem. Eu respeito muito o torcedor. Se ele me vaia, sei que é o mesmo que amanhã aplaude, eu já trabalhei aqui. Fui vaiado em um jogo que perdemos contra o Sousa, que só eu que sou pai de família sei. Perdemos lá e aqui vencemos por 5 a 0 e na frente fomos campeões paraibanos. Claro que a gente fica triste com as vaias, dependemos disso aqui. A diferença do torcedor para nós profissionais, que eu sou torcedor do Botafogo-PB, é que ele vai para casa, mas nosso sustento é o Botafogo-PB. Absolvemos isso, respeito, e procuramos treinar, trabalhar para transformar as vaias e aplausos e indo em busca da vitória, passando a tranquilidade para os atletas, deixo a pressão para mim. São oito anos que chegamos em finais de estaduais, acessos. Sei das dificuldades que o grupo está superando, e estamos trabalhando unidos, atletas, direção, comissão, sabendo que precisamos da vitória, da classificação para continuar com esse sonho vivo do acesso – comentou.
Mudando um pouco o tom com relação ao adotado após o jogo da última semana, Itamar Schulle admitiu que existe sim um incômodo por não conseguir vencer os jogos. E para tentar trabalhar a mentalidade dos jogadores para que todos correspondam dentro de um mesmo objetivo, ele prega tranquilidade pois sabe que nem todos os seus comandados reagem da mesma fora dependendo do tipo de cobrança que venha a ser feita.
– Não vencer sempre nos deixa preocupado porque queremos evoluir. O que procuramos fazer é dar tranquilidade aos atletas. Não posso chegar e descarregar em cima dele várias situações, cobranças. E outra, cada um tem um temperamento, para alguns posso elevar me tom, outros não, e a gente tem que saber lidar com isso. Não existe um remédio para resolver, o que existe é acreditar muito no propósito e no trabalho, e isso que procuramos fazer, e muito. Nós começamos os treinos e só paramos quando não conseguimos ver mais a bola. Há uma sequência que a gente não vencer, temos 5 empates e 1 vitória, mas a vitória vai aparecer, os pontos nos empates foram importantes. Não é um alento, mas a equipe também não perdeu – avaliou.
No último jogo da décima oitava rodada da primeira fase da Série C, o Botafogo-PB pode mudar essa incômoda sequência recente encarando o Figueirense, às 20h, no estádio Almeidão, um rival que briga também pela classificação para o quadrangular do acesso do torneio.
E Itamar Schulle conhece bem seu oponente, que já encarou nesta temporada quando dirigiu o Concórdia no estadual de Santa Catarina. Lembrando também que o clube catarinense tem se reforçado nas últimas semanas, o comandante espera uma partida de alto nível para conseguir vencer em casa.
– É uma equipe que propõe jogo, sai com os zagueiros, tem dois meias de qualidade que sabem fazer gols, experientes, tem jogadores de lado que já trabalharam comigo, que são de muita movimentação. É uma equipe que tem um padrão, que está há muito tempo junta e trouxe reforços. Foi um time que investiu para buscar o acesso, e a gente sabe disso do Figueirense, temos visto os últimos jogos deles, a vitória sobre o São José. Estamos nos preparando para que a gente possa fazer um jogo de alto nível, porque também somos uma equipe grande, e conseguirmos a vitória – concluiu.
Equipe @Vozdatorcida