O Nacional de Patos sem dúvida é a grande surpresa da fase semifinal do Campeonato Paraibano, que começa semana que vem. O time vai encarar o Botafogo-PB, mas chegar nesta disputa e já com calendário garantido para 2023, quando disputará a Série D do Campeonato Brasileiro não estava nem nos melhores sonhos do torcedor mais otimista do clube.
Nas vésperas do início do estadual, por meio de suas redes sociais, a direção pedia dinheiro para inscrever atletas e outras despesas básicas, como alimentação e transporte. Na tarde anterior a do jogo diante do Campinense, no Amigão, na primeira rodada, o então presidente Rodrigo Nóbrega participava de reunião com outros dirigentes, e o local foi cercados por adeptos do clube que exigiram sua renúncia, que acabou acontecendo.
Claro, não havia jogador inscrito para iniciar o torneio, e o Canário do Sertão sofreu a vexatória derrota por W.O para a Raposa. A partir daí, uma junta governativa assumiu o comando, a Prefeitura de Patos chegou junto com R$ 80 mil e, talvez a ação mais importante, o autor do gol do título paraibano de 2007, o único da história do Verdão, o ex-meia Lamar, foi contratado para ser o treinador da equipe. Colocando seu prestígio em risco, ele assumiu o desafio e explicou tudo que se passou desde então, em entrevista para o repórter Fabiano Sousa, do Jornal A União.
– Foi desafio muito grande de aceitar o convite de um clube onde fui ídolo, sabendo de tudo que tinha acontecido, jogador dispensado de hotel, duas comissões técnicas já tinham passado, W.O, tudo poderia ter manchado minha história como jogador, mas confio no meu trabalho e aceitei o convite. Fomos montar um grupo em 12 dias para fazer o jogo, fazendo contato com jogadores de minha confiança e que estavam em atividade, porque tinham que chegar e montar o time para jogar. Era muita desconfiança, e o objetivo era fugir do rebaixamento, mas as coisas foram aparecendo, a torcida se motivou, trabalhamos muito, nos dedicamos bastante. A diretoria nos deu todas as condições possíveis e chegamos na situação de classificação antes do fim da primeira fase. E conseguimos a façanha que é levar o Nacional ao Campeonato Brasileiro. A última vez foi há 15 anos, quando eu ainda jogava – declarou.
O grande combustível para a campanha surpreendente, sem dúvida, como citou Lamar, foi o torcedor nacionalino, que encheu sua casa em todas as partidas e empurrou a equipe para a classificação para a segunda fase, para a semifinal e, consequentemente, para a Série D do Brasileiro.
