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Após descartar apoio a Pedro no 2º turno, PSOL da PB rechaça neutralidade e oficializa que seguirá com João: “Necessário se posicionar”

O PSOL, que já havia descartado apoio ao candidato Pedro Cunha Lima (PSDB), no 2º turno, reuniu sua executiva nesta quarta-feira (05) e decidiu oficializar apoio a João Azevêdo, que concorre com o tucano o governo do estado.

Em nota enviada à imprensa após a reunião, o PSOL aponta que João Azevêdo é a única opção alinhada com Lula (PT), candidato à Presidência da República, e que pode enfrentar as medidas antidemocráticas do governo Jair Bolsonaro (PL).

Sobre Pedro Cunha Lima, concorrente de João no 2º turno, o PSOL afirmou que o tucano “é a representação direta das oligarquias que contribuíram para o desmonte da Paraíba e para o sofrimento do povo. Como Deputado Federal, é apoiador de Bolsonaro, votando com ele em todas as suas propostas antipovo”.

Confira a nota:

NOTA PSOL/PB – ELEIÇÕES 2022 – 2ª TURNO NA PARAÍBA

O resultado das urnas no último dia 02/10/2022 revela o tamanho do desafio que o PSOL tem pela frente em nível nacional e regional. No plano nacional, apesar de termos eleito a maior bancada da nossa história, marcada pela diversidade e de maioria feminina, apesar de termos também superado a cláusula de barreira para a Câmara dos Deputados, de um modo geral a composição do próximo Congresso Nacional é fortemente conservadora, o que irá exigir dos nossos parlamentares e de todos e todas aqueles que compõem o campo democrático, na próxima legislatura, muita ação, articulação e resistência.

Para Câmara Federal nosso estado terá uma das piores composições da história, com representantes do conservadorismo e do reacionarismo local, além de um filhote das Oligarquias eleito para o Senado (Efraim). Além disso, nenhuma mulher foi eleita na PB para a próxima legislatura do Congresso Nacional. Esse mesmo conservadorismo oligárquico também se confirma com a candidatura Pedro Cunha Lima no segundo turno para o Governo do Estado.

Pedro Cunha Lima é a representação direta das oligarquias que contribuíram para o desmonte da Paraíba e para o sofrimento do povo. Como Deputado Federal, é apoiador de Bolsonaro, votando com ele em todas as suas propostas antipovo. Cunha Lima votou com Bolsonaro na Deforma da Previdência e Trabalhista, votou no corte de verbas das políticas públicas ao apoiar a EC 95, foi favorável à cobrança de mensalidades nas Universidades Públicas e defende abertamente uma política privatizante do patrimônio público brasileiro, sendo assim uma candidatura inimiga do povo e contrária aos interesses da classe trabalhadora.

Infelizmente, esse avanço conservador e reacionário também é responsabilidade do hegemonismo de alguns setores da esquerda na Paraíba, que interditaram o fecundo debate iniciado pelo PSOL/PB ainda em 2021 na perspectiva de construção de uma Unidade Democrática pela Paraíba, objetivando a aglutinação de forças para superação da ultradireita que avança na Paraíba, e que agora, se confirma com o resultado das eleições. Estes setores da esquerda na Paraíba, ao optarem por divisões internas em seus partidos e por alianças com a histórica oligarquia local, inegavelmente fragilizaram todo o campo popular. Esse cenário, também revela a urgência da esquerda paraibana se refazer. A necessidade de apontar novas lideranças do campo popular, que venham assumir o papel histórico de derrotar a ultradireita no país e no Estado.

A chapa majoritária da Federação PSOL/REDE, com Adjany Simplicio para o Governo do Estado e Alexandre Soares para o Senado da República, cumpriu um importante papel nestas eleições, propondo alternativas para o campo das esquerdas, enfrentando os temas mais urgentes da nossa conjuntura regional e nacional, apontando alternativas, e sobretudo, denunciando o projeto da ultradireita conservadora na Paraíba e também das oligarquias locais. Essa atuação independente e vigorosa do PSOL nas eleições 2022 na PB, inegavelmente, não só fortaleceu a campanha do Presidente Lula no Estado, mas também, demarcou, com nitidez, as razões pelas quais somos oposição ao atual Governo do Estado.

Contudo, para o 2º turno na Paraíba, reconhecemos que a candidatura de João Azevedo é a única alinhada ao Presidente Lula e com possibilidade de enfrentamento às medidas antidemocráticas do desgoverno Bolsonaro, como fez em outras oportunidades ao lado de outros/as governadores/as do Nordeste, sobretudo, no enfrentamento a pandemia. É preciso, portanto, potencializar a candidatura do Presidente Lula nesse instante, e para tanto, dentre as candidaturas que alcançaram o 2º Turno, a de João Azevedo é a que possui tais condições.

O PSOL compreende que sinalizar apoio a candidatura de João Azevedo na Paraíba não retira, em absoluto, qualquer crítica feita pelo partido durante a disputa eleitoral no 1º Turno, nem tampouco significa que o PSOL irá compor um futuro governo. Compreendemos que se faz necessário neste instante se posicionar, ter responsabilidade com o que poderia representar a eleição de Cunha Lima e o avanço do bolsonarismo na Paraíba. A mesma responsabilidade que nacionalmente assumimos, ao abdicarmos de candidatura própria a Presidência da República em 2022, em função de uma unidade para eleição do Presidente Lula, única candidatura capaz de superar o atual desgoverno.

Mas reafirmamos que não abriremos negociação com o Governo João Azevedo, seguiremos na oposição, pois apresentar pontos a serem assumidos por João seria criar expectativas de composição com o Governo, o que não está nos planos do PSOL.

Diante do exposto, a Executiva Estadual do PSOL delibera por:

1. Indicar voto crítico na Candidatura do PSB (João Azevedo), partido que compõe nacionalmente a coligação da candidatura do Presidente Lula e que o PSOL também faz parte;

2. Orientar os/as dirigentes e filiados/as ao PSOL Paraíba a se absterem de sinalizar apoio ou mesmo fazerem campanha, expor ou indicar voto na candidatura do PSDB (Pedro Cunha Lima) que está alinhada ao bolsonarismo.

Fonte: Blog do Ninja

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