Um pequeno asteroide foi detectado viajando em direção à Terra apenas algumas horas antes de impactar com nossa atmosfera, no último sábado (2).
Felizmente, o objeto – chamado de asteroide 2018 LA – se desintegrou no céu antes de alcançar a superfície terrestre.
A detecção
O objeto foi descoberto pelo Catalina Sky Survey, da NASA, operado pela Universidade do Arizona (EUA).
Como o sinal era muito fraco, os cientistas da agência espacial norte-americana estimaram que o asteroide tinha apenas dois metros de diâmetro, o que é pequeno o suficiente para esperarmos que se desintegre com segurança na atmosfera da Terra.
Embora não houvesse dados de rastreamento satisfatórios para fazermos previsões precisas de sua trajetória, os pesquisadores calcularam uma faixa de possíveis localizações para o ponto em que o asteroide impactaria com nossa atmosfera, desde a África Austral através do Oceano Índico até a Papua Nova Guiné.
Relatos de avistamentos de uma bola de fogo acima de Botsuana, na África, no início da noite de sábado, combinaram com o fluxo predito para o asteroide. O objeto entrou na atmosfera da Terra à alta velocidade de 17 quilômetros por segundo, se desintegrando vários quilômetros acima da superfície do planeta.
Momentos finais
“A descoberta do 2018 LA representa a terceira vez em que se descobriu que um asteroide estava em uma trajetória de impacto [com a Terra]”, disse Paul Chodas, gerente do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, da NASA, em um comunicado. “Também é apenas a segunda vez que o local do impacto foi previsto bem antes do evento em si”.
Todos os três objetos que já foram detectados pela NASA com antecedência queimaram na atmosfera e não causaram danos.
Os momentos finais deste último asteroide foram capturados por uma câmera na África do Sul, conforme é possível observar no vídeo abaixo.
Embora pareça que a bola de fogo alcança o solo, como os pesquisadores já explicaram, ela na verdade se desfez ainda no horizonte:
Há razão para pânico?
Lindley Johnson, cientista de defesa planetária da NASA, explicou que esse objeto é muito menor do que os asteroides considerados perigosos que a NASA tem a tarefa de detectar e alertar.
“No entanto, este evento do mundo real nos permite exercitar nossas capacidades e dá alguma confiança que nossos modelos de previsão são adequados para responder ao impacto potencial de um objeto maior”, afirmou.
Um desses objetos maiores foi, por exemplo, o asteroide que passou completamente despercebido até colidir com a atmosfera sobre a Rússia em 2013, criando uma onda de choque que explodiu milhares de janelas e causou uma série de pequenos ferimentos na cidade de Chelyabinsk.
Existe um certo debate sobre se devemos nos preocupar com esses asteroides que não são detectados com antecedência, ou que são detectados “em cima da hora”. Objetos menores, como o 2018 LA, são os mais difíceis de identificar, mas também os menos propensos a causar qualquer dano.
Dito isto, nunca é demais ter diversos telescópios apontados para o céu procurando pela próxima rocha espacial que pode fazer conosco o que fez com os dinossauros.
Fonte: Hypescience [Cnet, NASA]