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Desabafo de Romero Rodrigues: “Golpe”, “sacanagem”, “mau-caráter”…

O ex-prefeito Romero Rodrigues (PSC) falou detalhadamente, pela primeira vez, sobre o seu rompimento com a família Ribeiro e com a vereadora Eva Gouveia, no desdobramento de sua destituição do comando do PSD no Estado.

Foi ao programa Ideia Livre da Rede Ita (TV Itararé).

A seguir, um resumo de suas declarações.

Quem quebrou compromisso?

“Eu cumpri a minha parte, honrei o meu compromisso de fortalecer o partido. Isso se deu na eleição de Campina Grande (2020), quando o prefeito Bruno (Cunha Lima) foi eleito pelo PSD (…) E (este ano) montei as chapas de deputado federal e estadual. Se desse errado, daria errado para mim também.

“Foi um mau-caratismo sem precedentes na história política da Paraíba. E não apenas da presidência nacional (do PSD). Foi um golpe baixo, sorrateiro, da traição da qual fui vítima.

“Tentaram criar para mim uma certa instabilidade política. Foi um golpe baixo, desnecessário. Pessoas que eu ajudei tanto a vida toda, com as quais eu fui solidário, correto, leal e amigo (…) É inadmissível, vi com profunda tristeza. Quem deu flores foi retribuído com espinhos.

“Quem escolhe e quem decide não são os partidos, mas a população.

“Tratativas eu só tenho com o povo. E compromisso com Deus.

“Aguinaldo Ribeiro até hoje não se encontrou. Disse que era candidato ao Senado e até hoje ficou nesse lenga-lenga querendo enrolar todo mundo até o prazo final (de filiações), para talvez as pessoas se tornarem reféns, e não decidiu nada (…) A pré-candidatura dele ninguém sabe, ainda hoje, se existe ou não existe.

“Jogo sujo, bola nas costas, eu não vou aceitar de quem quer que seja. Fiz minha parte, honrei meu compromisso (…) Aguinaldo tinha que falar é pelo PP, até então. Agora ele está falando por cinco partidos.

“Tem gente pensando que vai se apropriar de todos os partidos da Paraíba e poder ganhar sozinho. Ganhar por W.O. (ausência de competidor). Cinco partidos?! Pra que tanto partido? É melhor somar com o povo, com quem decide a eleição.

“A legislação é um absurdo: cobra dos políticos fidelidade partidária, e os partidos não têm fidelidade com quem quer que seja.

“Tenho autonomia e independência para decidir conforme a minha consciência e o meu coração. Não tenho que dar satisfação a Aguinaldo ou a quem quer que seja, até porque ele (Aguinaldo) não é do meu partido.

Pra você conseguir apoio, tem que conhecer, você tem que procurar, conversar. E tem que ser, além de tudo, honesto, sem bola nas costas, sem traição e sem sacanagem. Eu nunca procedi desta forma.

“(de levar dois deputados federais para o PSD) Não teve esse compromisso, ninguém manda na vontade dos outros.

“Eu me incluo agora, com honra, no PSC da Paraíba que tem homens de bem, que não se vendem nem negociam o partido, que têm caráter. E me deram, em função disso, a tranquilidade para estar neste partido, porque eu sei que no amanhã eu não vou ser vitimado de forma traiçoeira.

“Não serei vítima de pessoas que querem tomar conta da política da Paraíba nos bastidores, dentro de quatro paredes, dando golpe. No PSC tenho essa tranquilidade. E nós faremos uma das maiores bancadas de deputado federal da Paraíba. Quem viver, verá.

“Eu não vou entrar nessa discussão de Eva (Gouveia). Espero que Deus abençoe a vida dela. ´N´ pessoas da família de Rômulo e da própria Eva me telefonaram prestando solidariedade e apoio, e dizendo que discordavam profundamente desse tipo de golpe baixo, da forma traiçoeira de agir.

“Há poucos dias a própria Eva me pediu para ir a (Gilberto) Kassab (presidente do PSD) pedir apoio de fundo partidário para ela. E eu me coloquei à disposição, até porque eu só sei fazer política com grandeza. O golpe foi maior porque eu sempre agi de bom coração. Eu sempre fui um pessoa correta e verdadeira.

“Eva me comunicou o convite do governador para ocupar um cargo, e o que disse eu diria a qualquer pessoa: se você acha que isso vai lhe fazer crescer na política e na vida, siga o seu caminho. Vá com Deus! Não sou eu que seria contra, até porque não sou eu que manda em Eva.

“Eva tem a sua autonomia e sua independência (…) Ela me comunicou dizendo que o governador tinha assinado o ato e que seria publicado logo mais (…) Da mesma forma ela se dirigiu ao prefeito Bruno (Cunha Lima). Ela é quem sabe se está no caminho certo ou não.

“Não posso ficar esperando o humor das pessoas a vida toda. As pessoas jogando, jogando, e eu parado. Efraim Filho, até um dia desses, estava vinculado ao governador (João Azevedo).

“Quando eu me decidi apoiar Bruno Roberto (PL), era Efraim e Aguinaldo cobrando o apoio do governador. E aí a gente teria que esperar alguma indisposição ou sobra. E eu decidi com antecipação.

“Conversar, eu vou estar sempre à disposição para conversar. Eu tenho boa relação com Efraim Filho. Fui deputado federal com ele. No momento da decisão, eu achei que já estava no tempo de decidir e fazer a escolha. Afinal de contas, tanto Efraim quanto Aguinaldo estavam ao lado do governador(…) Eu não decidi por Bruno quando Pedro (Cunha Lima) já estava com Efraim.

“A Paraíba tem muitos municípios, a política é muito dinâmica e a gente (ele e Efraim) vai estar se encontrando em outras cidades, compreendendo essa lógica e sendo respeitoso. Cada cidade vive uma circunstância diferente. Temos que saber nos respeitar.

Comando do PSC/PB

“Eu vou aceitar este desafio até as eleições. Nenhuma decisão, de qualquer natureza, de conversa com outras legendas, que fuga do nosso círculo de convívio, eu só farei conversando com Leonardo e Renato Gadelha, e com o deputado Ruy Carneiro. Como também com o Dr. Dalton Gadelha e o presidente nacional do partido, ex-senador Marcondes Gadelha.

“Depois do golpe que eu fui vítima recentemente, eu perdi o apreço por presidência de partido. Prefiro ser um soldado na frente de batalha.

“A eleição para o governo da Paraíba está absolutamente dividida, muito dividida mesmo. No cenário de hoje, certeza absoluta de uma eleição em dois turnos. Claro que tem muito a evoluir, porque ninguém combinou com o sentimento das pessoas.

“Eu, no lugar de alguém traiu, pediria exoneração. Não caberia ao prefeito Bruno. As pessoas deveriam, decentemente, entregar o cargo. Quem tem caráter age dessa forma. Tem que usar o caráter, e se não tiver pedir um pouco emprestado e pedir para sair.

“Eu não votarei em João Doria (PSDB-SP) para presidente (…) Há uma tendência de votar em Bolsonaro.

Aproximação de…

“Eu não sou candidato a governador. Deixa eles resolverem, e na hora certa eu irei me posicionar sobre este tema. Não vou me antecipar, porque isso depende do segundo turno das eleições, coisa que pode ou não acontecer. Para que danado eu vou me meter neste tema? Seria uma burrice de minha parte.

…MDB e PSDB

“Minha opinião não vai ajudar em nada, não vai mudar em nada se eles já pensam neste sentido. E nem eu quero ser a pessoa que vai protagonizar algum tipo de dificuldade. É problema deles (Pedro e Veneziano), que são candidatos a cargos majoritários.

“Vou votar contra os projetos que atentem contra a família e a vida.

“Sempre fui centrado, e não do Centrão (agrupamento suprapartidário existente na Câmara Federal).

“Estou trabalhando em mais de 40 cidades e espero avançar muito mais.

Gestão de Bruno

“Por ter sido ex-prefeito da cidade, é chato você estar opinando. Eu deixei e continuo deixando o prefeito Bruno muito tranquilo (…) Ele terá minha ajuda, se precisar.

“Eu e os vereadores (do PSD) fomos vítimas de um golpe baixo. Não fomos nós que mudamos (…) Espero que não tenham a política baixa de querer punir, prejudicar e cassar mandato de vereador (…) Seria de uma pequenez sem proporção. Nós é que fomos vítimas da sacanagem.

Aliança com os Ribeiro nunca mais?

Ainda Romero: “Eu sou de paz, eu sou de boa. Não guardo mágoa nem rancor. Estou ressentido (…) Um dia a gente pode se reencontrar (…) Agora, tem que ser feito o registro para a história ser contada nas linhas da coluna Aparte”.

*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza

Para ler a coluna completa deste sábado, acesse aqui:
https://paraibaonline.com.br/aparte/romero-rodrigues-abre-jogo-sobre-aguinaldo-e-eva/

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