Novembro e dezembro terão chuvas isoladas no semiárido do Estado, prevê o físico e meteorologista Rodrigo Cézar Limeira. Novembro é o primeiro mês da pré-estação chuvosa do semiárido da Paraíba, e as chuvas observadas no citado mês, poderão estar associadas também a Instabilidade Atmosférica decorrente da atuação de Frentes Frias no sul do Estado da Bahia.
Com o período chuvoso em curso no sul do Nordeste, o escoamento em altos níveis propicia a entrada de umidade do sul da Bahia em direção ao sertão paraibano. Com o calor intenso que é comum em novembro na região, a interação calor e umidade favorece a ocorrência de chuvas localizadas na mencionada área.
Em outubro foram observadas precipitações atípicas no interior do Estado, também associadas a esse fenômeno.
Conforme indica o estudioso Rodrigo Cézar Limeira, o fenômeno El Niño está em formação e deve se configurar entre os meses de dezembro e janeiro próximos no Pacífico Central. Com isso o físico e meteorologista prevê um calor acima do normal no Nordeste brasileiro para esse final de ano, e durante o primeiro semestre de 2019. Isso porque o mencionado fenômeno favorece a atuação de uma alta pressão persistente sobre o Nordeste, o ar descendo de altos níveis em direção a superfície, inibe a formação de nuvens de chuva e deixa a superfície muito exposta à radiação solar.
Com El Niño, muita energia disponível para convecção fica presente na atmosfera do semiarido, assim eventos de chuva poderão ocorrer nos dois meses mencionados, sendo que em dezembro a probabilidade de precipitação na região semiárida paraibana aumenta, mas é um chuva que cai de forma muito irregular.
Só lembrando, não é sempre que o fenômeno El Niño desfavorece a ocorrência de chuvas no semiárido do Estado, no final do ano, e também no mês de janeiro, dependendo das condições também do Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste e do Atlântico Norte, podem ocorrer eventos significativos de chuva no Estado, assim como foi observado nos meses de janeiro dos anos de 1998, 2004, 2010 e 2016, onde choveu bem acima da média no semiárido do Estado, com o El Niño presente no Pacífico Central.
Agora de fevereiro a maio, pontua Rodrigo Cézar Limeira, com El Niño configurado as chuvas devem ocorrer de forma muito irregular no semiárido, fato que deve provocar prejuízos nas lavouras, principalmente de milho na região.
A região de Patos-PB conforme observados nos eventos de El Niños de 1998, 2007, 2010, 2015 e 2016 registrou chuvas abaixo da média dentro do período de estação chuvosa que dura de fevereiro a maio.
Em 2004 as chuvas em Patos ficaram dentro da normalidade, devido ao evento extremo de chuvas observadas no referido mês de janeiro daquele ano, em que ocorreu um acoplamento entre três grandes sistemas meteorológicos precipitantes, Frentes Frias chegando uma após a outra no Sul da Bahia, Vórtice Ciclônico persistente sobre o litoral baiano e Alta da Bolívia intensa e organizada sobre o Centro Oeste, favoreceram a ocorrência do mês de janeiro mais chuvoso da história na região.
De acordo com Rodrigo Cézar Limeira, o período de retorno do evento de chuvas observado em janeiro de 2004 é de cerca de 95 anos.
Para Rodrigo, as chuvas em janeiro de 2019 deverão ficar acima da média no semiárido da Paraíba. Eventos de 70 mm, 100 mm, 150 mm e até 200 mm de chuva poderão ocorrer numa única noite, sendo resultado da atuação de Vórtices Ciclônicos de Ar Superior e também do aquecimento progressivo do Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste.
O calor excessivo associado a configuração do El Niño em janeiro, será o combustível para boas chuvas que devem ser observadas no mês de janeiro de 2019 no semiárido do Estado.
A região de Patos-PB conforme prevê o físico, meteorologista e mestre em Meteorologia Rodrigo Cézar Limeira, deverá registrar chuvas abaixo da média durante a quadra chuvosa de fevereiro a maio.
A estação chuvosa na região de Patos e em todo o semiárido da Paraíba deverá terminar após o dia 15 de abril de 2019, isso se deve ao fenômeno El Niño, a exemplo do observado nos últimos eventos do fenômeno, registrados nos anos de 2004, 2005, 2007, 2010, 2015 e 2016.