A banda Filarmônica 26 de Julho, um dos maiores símbolos da cultura do município de Patos, Paraíba, esta completando 87 anos de existência, nesta quinta-feira (26). Criada em 1931 e, desde então, incorporada ao Poder Público Municipal, sempre esteve presente nos principais eventos sociais e políticos do município.
Como acontece, tradicionalmente, a filarmônica desfilou, em alvorada, pelas principais ruas do Centro da cidade, para lembrar a data de seu aniversário. No dia 04 de agosto, os músicos da banda farão uma confraternização, com todos os integrantes e convidados, no Recreio Maçônico.
Atualmente, a banda 26 de julho conta com 21 componentes; e estão previstas, no edital do Concurso Público da Prefeitura Municipal de Patos, nove vagas para músicos, a saber: clarinete, sax alto, sax tenor, bombardino, trombone, trompete e percussão.
Desde Janeiro deste ano, a Fundação Cultural de Patos – FUNDAP, assumiu a responsabilidade pela banda Filarmônica 26 de julho.
CRÔNICA EM HOMENAGEM À BANDA FILARMÔNICA 26 DE JULHO PELA PASSAGEM DE SEU ANIVERSÁRIO ESCRITA PELO JORNALISTA MISAEL NÓBREGA DE SOUSA
O amanhecer banhava aquele outubro de dois mil e três feito uma dádiva divina. Ao abrir a janela de minh`alma, pouco depois do orvalhar da madrugada, fui agraciado com uma formosura análoga. A banda de Chico Buarque de Holanda, passava em minha rua, “cantando coisas de amor”.
Por instantes, lembrei dos soldadinhos da infância, à Rua Capitão Ló… – Será que fugiram da caixa de sapatos, onde repousavam eternos, para marcharem em pleno arrebol?
A cadência melódica era ditada pelo maestro-regente, que destacado dos demais, abanava a sua batuta para extrair os mais perfeitos acordes. Logo atrás, carregando nos ombros, aqueles instrumentos de fabricar sonhos, vinham os músicos da banda… enfileirados de forma igual. A pancada mais forte no bombo, marcava o passo (direita-esquerda, direita-esquerda).
A cidade que me viu nascer tem uma filarmônica, testemunha de muitas narrativas – A qual batizaram de 26 de julho – mas, que também poderia se chamar guardiã dos nossos segredos. Quantas histórias não existiam ali, passadas de gerações em gerações.
Vejo rostos jovens, como uma poesia que se renova, a manejar trompas e trombones – E lembrei: Afonso “Bacalhau”, Assis “Casca de bala”, Valdemar “do pandeiro”, Edson “maestro” Morais, Hermes Brandão, “Valdim” de Misael – que viveram e morreram na banda de música… e hoje viraram personagens desse folclórico conjunto de partituras.
Devemos admitir: “O novo sempre vem”.
O que fazem esses destemidos senão embelezar as auroras? Em cada dobrado, a devoção à uma cidade… – em respeito e admiração, recíprocos. Quem dera, este concerto acontecesse nas vezes em que pensamos em morrer. Ao ouvir a celebração da existência, não teríamos razões para desistir, tampouco forças para continuar tentando…
Sugeri, interiormente, que a sinfônica parasse. Na verdade, meu coração pedia um pouco mais daquele regozijo. Lá, rá, lá… solfejei. Revigorado, os vi dobrarem à esquina, em busca de outras almas infaustas.
– Que venha novembro!
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