Aquele que é considerado pela polícia como o terceiro homem mais perigoso do Rio Grande do Norte foi preso nesta sexta-feira (25) em João Pessoa. A operação que resultou na prisão aconteceu nas primeiras horas da manhã e foi uma ação conjunta das polícias civis paraibana e potiguar.
O homem tinha quatro mandados de prisão abertos contra ele e era acusado dos mais diversos crimes: homicídio, assaltos a banco e a ônibus interestaduais e tráfico de drogas. Ele é suspeito também de uma série de assassinatos no município de Pombal, Sertão da Paraíba.
Junto à prisão, foi cumprido também um mandado de busca e apreensão. Tanto o homem como os objetos apreendidos foram levados para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil da Paraíba, que fica na capital paraibana.
A operação só foi possível depois de um período de investigações. O homem estava foragido e as polícias dos dois estados acabaram descobrindo que ele estava escondido na capital da Paraíba, e não mais no Rio Grande do Norte.
PERICULOSIDADE:
Com uma longa ficha criminal na justiça do Rio Grande do Norte, condenado a cerca de 70 anos de prisão, Nildinho, conforme o Ministério Público do vizinho Estado, é acusado de chefiar o tráfico de drogas e de armas, além de assaltos e assassinatos na região Oeste potiguar
É o que revela uma das interceptações telefônicas feitas pelo Ministério Público como peça de investigação da operação ‘Pedra Sobre Pedra’, deflagrada em junho de 2015.
O detento encomenda armas, pede pra que fotos sejam enviadas para ele pelo aplicativo WhatsApp, e até repreende um traficante ao reclamar da pesagem de uma encomenda de drogas.
Na gravação na qual Nildinho deixa claro que um rapaz deve ser executado, ele fala para um comparsa: “Você diz a ela (mulher que está presa em Mossoró) que se não devolver é sal”, diz o preso, ameaçando matar o filho dela.
Na interceptação, Nildinho e um homem (não identificado no áudio) conversam sobre um rapaz que estaria devendo alguma coisa, algo que era preciso ser devolvido urgentemente.
“Mas rapaz, e esses boyzinho véio aí, é dá onde ele, é de lá mesmo?”, pergunta Nildinho. “A mãe desse boy tá preso aí na Mário (Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró), tá entendendo? É dois menino. Esse cara tá com um mês que chegou aí, tá ligado? A véia ligou aqui chegou aqui chorando, dizendo que tá com dois meses que mataram o marido dela… Lá é uma vila, com o portão só escorado, tá ligado? Aí eu botei o boy lá. O boy quando chegou lá mais Ariton, o portão tava trancado, né? Aí eu disse: é, vou matar tudinho. Aí a véia ligou aqui desesperada, não sei o que… pelo amor de Deus, faça isso comigo não, que eu só tenho meu filho. Eu vou falar com ele. Ele vai ter que devolver, porque eu sou mulher de bandido. O meu marido a polícia matou, não sei o que…”, disse o homem que conversa com Nildinho.
“Você diz a ela que se não devolver é sal!”, emenda o preso, como se mandasse o homem matar o rapaz caso a mulher não fizesse o que era pra ser feito.
Do outro lado da linha, o homem concorda com Nildinho e afirma que já teria mandado o recado pra mulher: “Eu disse a ela. Rapaz, se não devolver, dona Maria, ele não vai dar tempo de ir embora não”, acrescentou.
FOTO DE JOSÉ JOCENILDO: PM-RN (arquivo)
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