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Mulher que atendia crianças com autismo é presa acusada de falsificar documentos em Campina Grande

A investigação começou há cerca de 4 meses e foi conduzida pela Delegacia de Defraudações e Falsificações de Campina Grande, que recebeu denúncias feitas pelas próprias mães de crianças com autismo, que desconfiaram da conduta da profissional, até então, apontada como referência para o atendimento desses pacientes em Campina Grande e todo interior da Paraíba.

De acordo com o inquérito, de posse da falsa titulação profissional, a acusada também dava aulas em escolas, vinha oferecendo cursos de formação para professores da rede pública de ensino à prefeituras do interior (atualmente o FUNDEB possui verba específica para este fim) e até conseguiu autorização para atender pacientes pela Unimed – Cooperativa de Trabalho Médico de Campina Grande.
As provas mostram ainda que Kaligina Araújo Machado se apresentava em entrevistas, eventos e nas redes sociais como psicóloga, doutora em Psicologia Experimental e Análise do Comportamento pela PUC de São Paulo.

Ela se intitulava com outras formações internacionais como mestrado pela Must University Flórida e psiquiatria em saúde mental da infância e adolescência pela pela CBI of Miame, ambas instituições nos Estados Unidos, sendo que nenhuma das formações foram confirmadas como autênticas.

Para não levantar dúvidas sobre sua formação profissional, a acusada chegou a divulgar o diploma de doutorado pela PUC/SP nas redes sociais, mas dias depois, apagou a publicação depois após ser informada que já existia uma investigação em curso. Ela apagou toda a sua suposta formação das redes sociais.

O inquérito mostra que ela ainda chegou a publicar a capa de um livro, com bibliografia falsa, se apresentando como Psiquiatra da Infância e Adolescência e co-autora da obra, psicóloga e doutora em análise do comportamento.

Recentemente, a falsa profissional concedeu entrevista em uma emissora de rádio na cidade de Queimadas, Agreste do estado, afirmando que iria realizar um atendimento na cidade de João Pessoa a um bebê com diagnóstico de hidrocefalia.

De posse dessas informações, a polícia já confirmou que tanto o documento de formação em Psicologia – apresentado como sendo da UNIP (Universidade Paulista), como o de doutorado, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) são falsificados.

Inclusive em um dos documentos, até a assinatura de um ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Pedro Paulo Teixeira Manus (falecido) e que foi vice reitor da PUC, também foi fraudada. Os documentos mostram também que a assinatura da atual reitora da instituição é falsa.

Além do robusto conjunto de provas, o delegado Gilson Teles também ouviu mães de crianças com autismo que foram atendidas por Kalígina Machado e até o diretor local da Unimed, que credenciou a falsa profissional para realizar o atendimento pelo plano de saúde.

Na manhã desta terça-feira (13), Agentes da Delegacia de Defraudações e Falsificações foram até a residência da acusada, em um condomínio no bairro Alto Branco, para cumprir o mandado de prisão expedido pelo juiz Fabrício Meira Macedo, da 4ª Vara Criminal de Campina Grande. Eles também recolheram documentos.
A ação é fruto da denúncia-crime feita pela advogada Karla Silveira, representante de uma das menores beneficiárias do plano de saúde Unimed Campina Grande, junto à Polícia Civil que concluiu o inquérito e o encaminhou para análise do Ministério Público Estadual.

A promotora Luciara Lima Simeão Moura, reconheceu o trabalho investigativo e solicitou à prisão imediata da acusada.

Fonte: Blog Marcio Rangel

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