O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta sexta-feira (26) que o país vire uma “pátria de máscaras” na tentativa de conter a Covid-19. Ele também disse que prevê vacinar 1 milhão de pessoas por dia ainda no início de abril e voltou a pedir um “voto de confiança” para adotar ações contra a doença.
A previsão havia sido apontada por Queiroga nesta semana, mas sem prazo. A pasta estima que hoje sejam aplicadas cerca de 300 mil doses por dia.
Queiroga não explicou, porém, quais são as estratégias para aumentar o ritmo de aplicação das vacinas, mas citou a previsão de aumento na produção da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) como uma das apostas.
“Ainda não estamos vacinando como queremos”, admitiu. “Vamos trabalhar para ter aporte de vacinas suficiente para vacinar a população.”
Em outro momento, o ministro também fez um apelo para que a população use máscaras e evite aglomerações. “A pátria de chuteiras agora é a pátria de máscaras.”
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“É importante nesse momento todos usarem máscaras, que têm o poder de bloquear o vírus tanto quanto a campanha de vacinação. Estamos nos aproximando de um feriado e as pessoas devem fazer sua reflexão, reflexão cristã, mas usando máscara e evitando estar umas com as outras”, disse.
O discurso de Queiroga em defesa do uso de máscaras contrasta com a posição adotada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde o início da pandemia.
Bolsonaro já questionou a efetividade do equipamento e só começou a usá-lo em aparições públicas recentemente, quando foi convencido por auxiliares de que sua postura negacionista vinha afetando a avaliação do governo.
Questionado sobre sua posição a respeito da compra de vacinas por empresários, Queiroga confirmou ter discutido o tema com Carlos Wizard, que pleiteia a aquisição.
“Os empresários brasileiros querem buscar vacinas ao nosso país, e isso vai de [ao] encontro do que estou dizendo de união nacional. Foi isso que Wizard veio falar comigo”, afirmou. “Se conseguirmos mais vacinas, são mais brasileiros imunizados.”
A exigência, afirmou, é que haja registro da Anvisa. Queiroga não disse como seriam os critérios para oferta.
Ainda de acordo com o ministro, o governo está trazendo caminhões do Canadá para ajudar no transporte de oxigênio, insumo que tem risco de desabastecimento em diferentes estados.
“O kit de sedação não é uma obrigação do governo federal prover. Oxigênio também não. Mas dentro do contexto em que vivemos é obrigação, sim, do governo federal usar de todos os mecanismos a seu dispor para levar os insumos a todos os estados.”
Folha Express