Pombal deverá experimentar mais uma disputa acirrada na eleição municipal de 2020. O grupo do atual prefeito, o médico Abmael de Sousa Lacerda (MDB), mais conhecido como Dr. Verissinho, e o da ex-prefeita da cidade, Pollyana Dutra (PSB), que hoje exerce mandato na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), devem se enfrentar mais uma vez e dividir a cidade politicamente. A grande dúvida, porém, é saber se eles estarão diretamente na disputa.
A deputada Polyana Dutra, que já governou Pombal por dois mandatos consecutivos (2008-2016) tem dito que não quer encarar uma nova disputa pela prefeitura, pois deseja fortalecer o mandato na ALPB e apoiar um nome da oposição em sua cidade. “Eu não tenho reinado. Já passei duas vezes e acho que é o momento de outras pessoas despontarem como pessoas que podem acrescentar algo. Tem vários nomes na cidade”, ponderou.
A socialista faz duas críticas à atual gestão. “Eu quero saber qual é a grande obra que ele fez. Ele governa com o que eu deixei. Os indicadores sociais, ele não teve o respeito de mantê-lo, a exemplo da mortalidade infantil. São indicadores que norteiam a qualidade do cidadão, que estão lá embaixo”, opinou.
Um dos nomes da oposição cotados para a disputa é o do médico Dr. Paulo (PT), que ficou em segundo lugar no pleito de 2016.
Do lado governista, comenta-se nos bastidores, que Verissinho pode desistir de enfrentar a reeleição. Ele foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa, após ser acusado de contratar 546 servidores sem concurso público no período entre 2 janeiro de 1997 e 30 de novembro de 1998, e por isso pode ser enquadrado na lei da ficha limpa. Por isso, do lado governista, o vice-prefeito Galego da Gavel (PTB) é apontado como provável candidato do governo municipal.
A redação ligou duas vezes para o prefeito, que prometeu retornar para a reportagem e responder aos questionamentos sobre a sucessão municipal. O gestor, no entanto, não retornou as ligações.
Contextualizando
O ex-marido de Pollyana Dutra, Jairo Feitosa, foi eleito prefeito de Pombal no ano de 2004, e morreu no exercício do mandato, em 2007, após ser vítima de um acidente de carro. Após o fatídico episódio, a cidade ficou sob o comando do vice-prefeito do município. Pollyana se candidatou ao cargo de prefeita no ano seguinte, tenso sido eleita com 10.010 votos.
Já em 2012, a candidatura dela à reeleição foi contestada pela coligação adversária, liderada por Mayenne Van Bandeira (PMDB), esposa de Dr. Verissinho, que na época ficou em segundo lugar, com 9.706 votos. A acusação era de que ela, por ter sido casada com Jairo, estaria disputando um terceiro mandato, e portanto impedida de se candidatar, conforme prevê a Constituição Federal no artigo 14, parágrafos 5º e 7º. Na época, ela concorreu sob júdice e seu mandato foi alvo de intensa disputa judicial. O caso ganhou grande repercussão na Paraíba e até na mídia nacional.
Em 2014, porém, o plenário do Supremo Tribunal Federal acatou um recurso impetrado pela defesa de Pollyana e modificou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que, assim como o Tribunal Regional Eleitoral, havia negado o registro de candidatura dela. A ex-prefeita de Pombal também teve o segundo mandato contestado por outras ações judiciais, mas conseguiu permanecer no cargo.
