A deputada estadual Pollyanna Dutra subiu à tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta terça-feira (5) para dar voz à luta das mulheres vítimas de violência no estado da Paraíba. A parlamentar destacou os três casos de feminicídio noticiados pela imprensa no último fim de semana, destacando que, em sua opinião, ainda “temos um enorme campo de batalha pela frente para proteger a vida das mulheres brasileiras”.
“Três feminicídios abreviaram a vida de paraibanas e interromperam seus sonhos e planos. Uma das mulheres assassinadas se chamava Elinete da Silva Sousa Angelo. Ela era vereadora do município de Prata, no Cariri da Paraíba, e foi assassinada pelo ex-marido, insatisfeito com o fim do relacionamento. O assassinato de Elinete traz uma infeliz certeza: não importa a profissão, a condição financeira ou a representatividade política que nós, mulheres, temos, sempre estaremos suscetíveis ao machismo e à violência”, declarou.
Conforme Pollyanna, entre 2020 e 2021, o número de delitos contra as mulheres triplicou no país, passando de 271.392 registros para 823.127. “As agressões são variadas e vão deste a violência psicológica até a violação mais extrema: o feminicídio. Muitas dessas mulheres assassinadas passam anos sofrendo caladas, sem denunciar os abusos dos quais são vítimas. Os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública não são mais animadores. O número de estupros contra as mulheres aumentou 3,7% de 2020 para 2021. O Fórum registra que a cada sete horas ocorre um feminicídio no brasil”, alerta a Parlamentar.
Para Pollyanna, é momento de pensar nos nomes que estão por trás dos números e passar a tratar a origem dessa violência. “As estatísticas são frias, mas sabemos que por trás de cada número desses há um nome, um sonho, uma vida que ficou para trás. Marias, Paulas, Angélicas, Joanas, mulheres de todas as idades e classes sociais. É preciso começarmos a tratar a origem dessa violência. Precisamos engrossar as penas para o agressor? Como essa Casa pode fazer mais? É uma responsabilidade nossa, de nós, mulheres parlamentares, nos unirmos para darmos respostas em um cenário tão desolador”, acrescentou.
Caso você seja vítima ou conheça alguma mulher que enfrenta uma situação de violência, denuncie. “O ciclo da violência contra a mulher é perverso e muitas vezes as vítimas não conseguem sair sozinhas de uma situação de agressão. Precisamos nos unir e dar as mãos. Denunciem para o número 180! Quero reforçar aqui também que meu mandato está à disposição de todas as mulheres paraibanas. Não sofram caladas. Nos procurem! Queremos ajudá-las a quebrar o ciclo de violência contra as mulheres na Paraíba”, finalizou Dutra.
*Projeto de Lei*
Ainda nesta terça-feira (5), esteve pautado na Ordem do Dia da ALPB o Projeto de Lei nº 2.845/2021, de autoria da deputada Pollyanna Dutra, que obriga a comunicação, por parte de residências universitárias, de casos de violência doméstica, assim como condomínios habitacionais, conjuntos residenciais, dentre outros, já pautados pela lei nº 11.657/2020. A matéria ainda vai ser apreciada novamente pelos parlamentares paraibanos.
Portalsn1 com Assessoria