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Vice-governadora admite que má gestão evidenciou graves problemas sociais no estado e agrava crise no Governo João Azevêdo

Em vídeo nas redes sociais, desenhou um estado que só uma opositora, a 10 meses da eleição, desenharia. Segundo ela, a Paraíba é uma mulher que sofre com a “dor de seus filhos, com o desemprego, a carestia e a fome”.

A vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) entrou na onda de movimentos para virar o ano com definições político-eleitorais (ver lista abaixo). Nas redes sociais, ontem (22), foi metafórica, mas direta no que pensa sobre o governo, diga-se de passagem, que sempre fez parte.

No texto da postagem, afirmou: “A Paraíba é mulher. A mulher que se fortalece nas adversidades. A Paraíba anda sofrida, mas ela vai voltar a sorrir!”.

No vídeo, desenhou um estado que só uma opositora, a 10 meses da eleição, desenharia. Segundo ela, a Paraíba é uma mulher que sofre com a “dor de seus filhos, com o desemprego, a carestia e a fome”. Não precisa traduzir.

Se fosse ainda fosse governista, diria que o governo que ela faz parte gerou milhares de empregos, foi eficaz na pandemia, adotou programas de combate à fome, como o ‘Tá na Mesa”, e os de assistência aos mais vulneráveis. Como já se considera do outro lado, constrói o discurso a partir de outra perspectiva.

As cobranças que virão

O discurso de Lígia tem trechos “movediços” e um passo em falso pode fazê-la afundar. Isso porque ainda é a vice do governo que critica. Foi nos últimos 3 anos, nos últimos 7 anos, se a gente contar com a gestão de Ricardo Coutinho.  Terá que ter força argumentativa e convencer que fez o suficiente para evitar que o estado chegasse a esse cenário que ela descreve: fome, carestia e desemprego. A pergunta que muitos fizeram depois de ver o vídeo foi: mas ela não é vice desde Ricardo Coutinho? O que ela fez durante esse tempo para mudar a realidade desenhada agora, às vésperas de uma nova eleição?

O grupo Feliciano sabe que vai ter que responder a essas perguntas. No mínimo, terá que dizer que foi “proibido de agir”, que não tinha espaço, que era, realmente, figuração, e que o governo impedia de dar qualquer passo.

Mas tem mais um ingrediente. Não custa lembrar que o filho Gustavo Feliciano, até um dia desses, era secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico. Deixou a pasta para, segundo ele, candidatar-se a uma vaga na Assembleia Legislativa. Não custa lembrar, também, que a Secretaria que ele comandava era responsável, em parte, pela geração de empregos, alvo de críticas da mãe.

As circunstâncias da política desenham narrativas. Algumas têm mais “liga” do que outras, dependendo do contexto. Lígia monta o ambiente para o rompimento, prepara a saída e vai ter que dizer o que a impedira de ser mais pró-ativa, de ser protagonista da mudança, que agora ela anuncia que pode acontecer: “A Paraíba anda sofrida, mas ela vai voltar a sorrir!”, disse.  A expectativa é convencer seus eleitores. (Clique no post abaixo para ver o vídeo)

Últimos movimentos políticos eleitorais  

Nos últimos dias, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), anunciou que não será candidato a governador. O ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, filiou-se ao PT e pavimenta candidatura ao governo pelo partido, apostando num apoio de Lula. O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) assumiu pré-candidatura ao governo. E, ontem (22), o comunicador Nilvan Ferreira anunciou pré-candidatura ao governo e aliança com Patriotas, do deputado estadual Wallber Virgulino, na tentativa de montar uma oposição da direita conservadora.

O novo ano chega um pouco menos nublado, mas não menos pulverizado para a oposição.

 

Fonte: Laerte Cerqueira / Angélica Nunes Jornal da Paraíba

 

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