O corpo do bebê que foi descartado em um tambor de lixo em Cabedelo há exatamente um ano ainda permanece na sede do Instituto de Polícia Científica (IPC), em João Pessoa.
Os pais do bebê foram indiciados em agosto do ano passado por homicídio triplamente qualificado. A Polícia Civil listou como agravantes motivo fútil, submissão de vítima a ambiente com pouco oxigênio e o fato de os suspeitos serem genitores da vítima.
Segundo um especialista em Direito Criminal, o casal ainda pode ser responsabilizado por um segundo crime: vilipêndio. A demora dos pais em providenciar a remoção do corpo e oferecer um enterro digno ao bebê pode ser caracterizada como desprezo ao cadáver.
A diretora do IPC, Raquel Azevedo, afirmou que, como os parentes do bebê não demonstraram interesse em resgatar o corpo de forma voluntária, o instituto aguarda intimação e estipulação de prazo legal para o procedimento. Se mesmo assim não houver comparecimento desses familiares, o próprio Estado da Paraíba será responsável pelo enterro do corpo.
O processo corre em segredo de justiça, e não há informações sobre a data para o julgamento.
O corpo do bebê foi encontrado por um catador de material reciclável na manhã do dia 22 de março do ano passado. Os pais, que na época estudavam Medicina, alegaram que pensavam que a mulher havia sofrido um aborto espontâneo e que o descarte do corpo no lixo foi um “ato de desespero”.
Entretanto, a perícia constatou que o bebê não era natimorto, nascendo vivo e sendo morto por asfixia. O laudo também indicou que o parto ocorreu entre a 34ª e a 35ª semana de gestação.
Por Patosonline.com