Política

Jair Bolsonaro adia reunião sobre reforma com líderes partidários para amenizar insatisfações

O presidente Jair Bolsonaro adiou uma reunião que teria na manhã desta quinta-feira (21) com líderes de partidos que podem compor a base aliada do governo na Câmara dos Deputados. Com insatisfação entre governistas e a possibilidade de quórum esvaziado  no encontro, a avaliação do Palácio do Planalto é de que seria necessário ganhar tempo para acalmar os ânimos, para não desperdiçar chances de aproximação com aliados.

A reunião deve ser realizada na manhã da próxima terça (26). Nela, Bolsonaro pretende conversar com parlamentares sobre a proposta de reforma da Previdência – apresentada quarta passada (20) ao Congresso Nacional. A ideia é que o próprio presidente explique o texto e tire dúvidas. Contudo, ele deve ouvir críticas e reclamações sobre a condução dos trabalhos de articulação política entre Executivo e Legislativo.

Convites reforçados

Foram convidados os partidos que o governo acredita que estarão em base de apoio. Da oposição, foram chamados apenas o PSB e o PDT. Os líderes do PT, PCdoB, PSOL, Rede e PPL não foram convidados. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), disse que o adiamento aconteceu porque o texto da reforma foi apresentado recentemente e seria melhor dar tempo para parlamentares se aprofundarem na questão.

“Estivemos na quarta com os líderes quando o presidente foi levar a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] da Previdência. Já foi um movimento importante. Achamos melhor, então, dar um tempo maior para a leitura e estudo da proposta por parte dos líderes, para aproveitar a oportunidade da semana que vem e falar sobre a nova Previdência na reunião”, afirmou o deputado federal nesta quinta.

Para ele, o encontro mostrará que o governo quer “prestigiar lideranças partidárias” e que “estará aberto para negociações” porque sabe que o projeto será modificado no Congresso. Outro motivo que levou ao adiamento da reunião foi a possível falta de alguns líderes. Deputados afirmaram que não compareceriam porque já tinham outros compromissos marcados em seus estados. Agora, o governo tem reforçado o convite.

Base aliada

O governo pretende formar base aliada que chegue a 350 deputados. O número é considerado fundamental para garantir a aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Por se tratar de uma emenda à Constituição, é necessário ter o voto de 308 parlamentares para aprovar o texto. A expectativa é de que ele tenha sua tramitação concluída na Casa até o fim do primeiro semestre. Depois, seguirá para análise do Senado.

Os encontros de Jair Bolsonaro com lideranças partidárias começaram a ser articuladas na semana passada – após alta hospitalar – como uma forma de aproximar o governo do parlamento. Na quarta, o presidente se reuniu com a bancada do PSL no Palácio do Planalto. O objetivo é que eles sejam os primeiros a fazer uma defesa enfática do texto que foi enviado pelo governo ao Congresso no mesmo dia.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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