Os números são preocupantes, segundo especialistas. A diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), Jacqueline Rizzoli, destaca que é preciso trabalhar a prevenção contra o problema desde cedo.
“A obesidade é um grande problema de saúde pública não só no Brasil, como em todo o mundo, tem aumentado em todas as faixas de idade, mas realmente, a faixa-etária mais precoce, ainda na infância, é onde precisamos trabalhar com mais intensidade para a prevenção”, comenta a médica. “A pessoa que já inicia já nos primeiros anos de vida com obesidade, tem uma tendência muito maior a se tornar um adolescente obeso e futuramente um adulto obeso”, observa a endocrinologista do Hospital São Lucas, da PUC do Rio Grande do Sul,.
A obesidade em crianças e adolescentes resulta de uma série complexa de fatores genéticos e comportamentais que envolvem famílias e escolas. Se não tratada, pode causar problemas como infarto, inchaço dos vasos sanguíneos e acidente vascular cerebral (AVC).
Dados do Sistema Único de Saúde apontam que o maior índice de crianças obesas nessa faixa etária de 5 a 10 anos do país está na região Sul (11,52%). Em seguida aparecem as regiões Sudeste (10,41%); Nordeste, (9,67%); Centro-Oeste (9,43%); e Norte (6,93%).
Médicos da área apontam que, no Brasil, os maiores vilões pelo excesso de peso na infância são os alimentos ultraprocessados. Batata frita, macarrão instantâneo, cachorro quente, doces e balas, sucos de caixinha, refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, barras de cereais, chocolates e iogurtes estão entre os alimentos mais consumidos.
A pediatra e gastroenterologista responsável pelo ambulatório de obesidade do Hospital da Criança de Brasília, Jaqueline Rosa Naves, alerta que os impactos da obesidade infantil na saúde são muito maiores na vida adulta. Por isso, a educação alimentar é fundamental.
“É importante a gente ter em mente de que, na pirâmide de tratamento da obesidade, a base é a mudança de estilo de vida, que consiste na adequação alimentar, rotina de sono, atividade física, adequação da dinâmica familiar”, orienta.
PB Agora